Seminário GMP FAU USP 12 de junho de 2024

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O evento inicia-se com uma reunião de trabalho dos pesquisadores do Grupo Museu e Patrimônio da USP, na parte da manhã com dinâmicas vinculadas às atividades do grupo, e promove uma mesa redonda, aberta ao público, com palestrantes convidados para discutir o tema proposto ” Memória na Encruzilhada: desmaterialização da experiência e hipertrofia da testemunha “.

Revista ARA PRORROGA a SUBMISSÃO PARA DIA 8 DE ABRIL DE 2024

A Equipe Editorial da Revista ARA 16 comunica que está 

PRORROGADA A SUBMISSÃO PARA DIA 8 DE ABRIL DE 2024. 

O Presente é todo o passado e todo o futuro

Este é o tema da edição ARA 16. Confira o texto de abertura elaborado pela Professora Teresa Almeida, docente da Faculdade de Belas Artes Universidade do Porto (FBAUP) e Vicarte – Unidade de investigação vidro e cerâmica para as artes da Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade Nova Lisboa, Portugal. Teresa também é editora e membro do conselho editorial da Revista FAU USP.

Chamada REVISTA ARA 16 FAU USP

Acesse o portal de Revistas da USP e faça sua submissão até o dia 8 DE ABRIL de 2024.

Aguardamos a sua contribuição.

CHAMADA ABERTA ARA 16

O Presente é todo o passado e todo o futuro

 

Este é o tema da edição ARA 16. Confira o texto de abertura elaborado pela Professora Teresa Almeida, docente da Faculdade de Belas Artes Universidade do Porto (FBAUP) e do Centro de investigação vidro e cerâmica para as artes – Vicarte da Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade Nova Lisboa (FCT/UNL), Portugal. Teresa também é editora e membra do conselho editorial da Revista ARA FAU USP.

Chamada REVISTA ARA 16 FAU USP

Acesse o portal de Revistas da USP e faça sua submissão até o dia 20 de FEVEREIRO de 2024.

Aguardamos a sua contribuição.

Equipe Revista ARA 

Prorrogado Prazo de Submissão da edição ARA 15 para dia 13 de Agosto de 2023

Prorrogado o prazo de submissão para o dia 13 de Agosto de 2023 , para colaboração de artigos, resenhas e ensaios da REVISTA ARA 15, cujo tema é Memória e Representação do Passado Recente.

Confira o texto de abertura elaborado pela Professora  Paula André do Instituto Universitário de Lisboa e o Professor Paulo Simões Rodrigues da Universidade de Évora, Portugal, editores e membros do conselho editorial da Revista FAU USP, no link abaixo: 

Chamada REVISTA ARA 15 FAUUSP

Acesse o portal de Revistas da USP e faça sua submissão até o dia 13 de Agosto de 2023.

Aguardamos a sua contribuição.

Equipe Revista ARA 

CHAMADA ABERTA REVISTA ARA 15

Está aberta chamada para colaboração de artigos, resenhas e ensaios da REVISTA ARA 15, cujo tema é  Memória e Representação do Passado Recente.

Confira o texto de abertura elaborado pela Professora  Paula André do Instituto Universitário de Lisboa e o Professor Paulo Simões Rodrigues da Universidade de Évora, Portugal, editores e membros do conselho editorial da Revista FAU USP, no link abaixo: 

Chamada REVISTA ARA 15 FAUUSP

Acesse o portal de Revistas da USP e faça sua submissão até o dia 2 de Agosto de 2023.

Aguardamos a sua contribuição.

Equipe Revista ARA 

PRAZO PRORROGADO ATÉ 21 DE MARÇO DE 2023 REVISTA ARA 14

A equipe editorial da Revista ARA, prorrogou o prazo de submissão de artigos da edição ARA 14 com o tema “[…] Brilhar um brilho eterno, Gente é para brilhar […]”

ENVIE SUA CONTRIBUIÇÃO ATÉ terça-feira  DIA 21 DE MARÇO DE 2023, participe e colabore com a Revista ARA.

https://www.revistas.usp.br/revistaara

Uma publicação do GRUPO MUSEU/PATRIMÔNIO – GMP  FAUUSP  

 

Chamada Aberta ARA 14 com o tema : “[…] Brilhar um brilho eterno, Gente é para brilhar […]”

Envie sua contribuição até o dia 7 de Março de 2023

para a Edição ARA 14,

“[…] Brilhar um brilho eterno, Gente é para brilhar 1[…]”

texto de Adrienne Firmo – Baixe aqui o texto completo da chamada

Se o mundo ficar pesado Eu vou pedir emprestado A palavra poesia […] Se acontecer afinal De entrar em nosso quintal A palavra tirania Pegue o tambor e o ganzá Vamos pra rua gritar A palavra utopia.             (JONATHAN SILVA, Samba da utopia, 2018)

Na noite do dia 02 de setembro de 2018, um incêndio de grandes proporções consumiu a maior parte do acervo histórico e científico do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, bem como parcela do edifício da sede – evento entre outros de devastação de órgãos de cultura e educação ocorridos em período próximo – a transformar luzeiro em cinzas e materializar as mazelas e os sufocamentos que assolariam o país nos anos seguintes, sob um governo de intenções totalitárias que arrastaria o Brasil e seu povo a uma série de crises econômicas, políticas, sociais, ambientais e sanitárias, lançando-nos à acentuação da literalidade de um Real cruento, afastando-nos de metáforas ou alegorias, por meio do achatamento propositado de nossas dimensões culturais e educacionais, expressivas de nosso ser comum e dependentes de políticas públicas que as impulsionem. Projeto este iniciado poucos anos antes por meio de um golpe ao governo democraticamente eleito, em 2014, e instalação de acirrado programa neoliberal e excludente, orientado pelo documento chamado “Uma ponte para o futuro” (2015)2, que, por um lado, reeditava o chicê de Brasil como país do futuro, a nos malograr o presente, por outro, ainda, nos impõe a considerações sobre o devir povo e país que nos propomos enquanto indivíduos e sociedade, porque “a gente quer viver uma nação, a gente quer ser um cidadão”3.

O legado desse período, curto, mas intenso em suas investidas destrutivas, põe-nos diante de escombros e destroços pessoais e coletivos, como os da perda de direitos sociais, da pauperização, da devastação do meio ambiente, do embotamento psíquico e da morte, concretamente experimentada na perda de quase 700 mil pessoas pela Covid 19, institucionalmente impulsionada, recolocando a pergunta sobre nosso futuro nos termos de como dotar esses fragmento presentes de significados que nos reorganizem em sociedade voltada para o bem comum e engendrada para o bem viver coletivo.

O conceito de ruína, conforme elaborado por Walter Benjamin (1892-1940), pode ajudar-nos a iluminar as sendas por que caminharemos, enquanto trevas ainda nos rondam, estaria ligado a uma ação histórico-destrutiva, seus fragmentos seriam objetos possíveis de serem deslocados do tempo linear, pelo rompimento no tempo progressivo, a fim de expressar o caráter destrutivo da própria história e, assim, permitir a antecipação de catástrofes vindouras, justamente pela consciência histórica neles presente, de modo a libertar o futuro que o passado não teve, porque, para Benjamin, a história não é linear, mas “um tempo saturado de agoras”4.

Em Origem do drama trágico alemão (2011), Benjamin considera a obra de arte, o que tomamos aqui como a cultura em suas mais diferentes expressões, ruína, pois é indício do que foi e potência futura, registro e promessa, sendo trabalho do alegorista (aquele interessado em ressignificar o já ido e a “contar a história que a História não conta”)5, desvendá-la, liquidar as totalidades constituídas e conclamar a significados fora daqueles contextos, a fim de expor a história como história mundial do sofrimento e significativa nos momentos de declínio.

As concepções benjaminianas – como ruína, fragmento, estilhaço deslocado do tempo linear, história como construção e tempo saturado de agoras a liberar o futuro que o passado não teve, bem como a conceituação de barbárie como cultura, memória, experiência e construção de outra tradição, diferenciada daquela que é violência, poder, estado de exceção, perigo e terror – permitem o entendimento desse nosso passado ainda presente e espedaçado, mais que referência, como objeto de conhecimento para a construção do futuro, de um viver histórico não linear, de um real constituído a partir do trauma e do abjeto, da destruição, da cultura como ferida de tal devastação, retornada como recalque, que é o fragmento silenciado do vivido, agora restituído e a antecipar futuros, repetição e retorno inerentes à sociedade de produção e consumo em série, pautada pela dinâmica do descarte e da circulação de tudo como mercadoria, que a leitura anacrônica e crítica de suas partículas revistas pode produzir novo campo de tensões, antever latências e crises a fim de constituir um diferente vir a ser, “para que amanhã não seja só um ontem com novo nome”6.

O volver do reconhecimento da fragilidade de nossas políticas públicas reimplica-nos a exacerbar a diligência quanto ao fortalecimento e garantia de estabilidade até mesmo das mais singelas conquistas. Tomando cultura e educação como alicerces da constituição dos grupos humanos e do próprio indivíduo, como campo de tomada de consciência e afirmação da liberdade, emergem, nesse contexto, como domínios a serem defendidos e caucionados na esfera pública em suas concepções de como essencialmente democráticas e humanistas, livres de formalismos estéreis, mas que alcancem, elas sim, a concretude, como são concretos os homens. Conforme propôs Paulo Freire (1921-1997), que sejam práticas da liberdade, escapes da alienação ou minimização da consciência, que permitam ao homem ser sujeito de si mesmo e ao povo ser sujeito de sua história. Torna-se, portanto, urgente e crítico o esforço, sobretudo pelas comunidades acadêmica, cultural, científica e artística, vilipendiadas e dispersas sobremaneira nos últimos anos no país, na reconstrução sólida de educação e cultura que renovem os laços das possibilidades de investigação e criação, que escapem de imposições verticalizadas – como as propostas pelos meios de comunicação, pela indústria cultural, pela mercantilização do ensino e pelo mau uso das tecnologias – e resgatem a liberdade criativa e o conhecimento desmistificado.

O número 14 da Revista ARA, procura nos acionar a tarefa árdua e ética do trabalho incansável em busca da realização da justiça social e do conhecimento, ao mesmo tempo, de preservação e estímulo do fulgor, ainda que em meio ao obscuro e ao precário, na certeza de que “gente é pra brilhar e não pra morrer de fome”7, é espelho das estrelas e reflexo do esplendor. Convoca-nos a transvalorar a violência e o medo recentemente vividos em amor e destemor, a atravessarmos a escuridão da noite a cismar nossos quefazeres para um amanhecer luminoso e solar à nossa frente, a cuidarmos de germinar nossas flores entre qualquer rancor 8. A revista, em seu apreço zeloso pelo coletivo e pela diversidade, abre sua chamada para trabalhos comprometidos com propostas de revalorização das instâncias culturais, artísticas, científicas, ambientais, sanitárias e educacionais, em variadas formas, artigos, ensaios, imagens e outros, tendo como fim a contribuição na ampliação dialógica dos temas que hoje nos são caros e urgentes, bem como compreendermos nossos silêncios e estupefações recentes. Vladimir Maiakovski (1893-1930), no poema que inspira o número 14 de ARA, em debate com o Sol, é convocado por este a resplandecer tanto quanto o astro celeste, entre seus trabalhos de elevação da consciência social do povo e sua produção poética, missão e disposição que, hoje, cabe a cada um, a cada gente para que brilhe e, juntos, brilhemos mais.

“Anda, quero te dizer nenhum segredo
Falo desse chão da nossa casa
Vem que tá na hora de arrumar

[…]

Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor.”

(BETO GUEDES, O sal da terra, 1981)

Notas

1. Vladimir Maiakovski, A extraordinária aventura vivida por Vladimir Maiakovski no verão na datcha, 1920 (tradução Augusto de Campos).

2. Plataforma política do governo Michel Temer (2016-2018).

3. Gonzaguinha, É, 1988.

4. Tese 14 sobre o conceito de história, 1940

5. Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino/ GRES Estação Primeira de Mangueira, História para ninar gente grande, 2019.

6. Emicida, AmarElo, 2019.

7. Caetano Veloso, Gente, 2018.

8. Ver Taiguara, Carne e osso, 1971.

Bibliografia citada

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Vol. 1. Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 222-232 (Tese 14 sobre o conceito de história).

____________. Origem do drama trágico alemão (ed. e trad.: João Barrento). Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

MAIAKOVSKI, Vladimir. “A extraordinária aventura vivida por Vladimir Maiakovski no verão na datcha”, 1920 (tradução Augusto de Campos), in PITHON, M.; CAMPOS, N. (orgs.). Poemas russos. Belo Horizonte: Viva Voz/FALE/ UFMG, 2011, p. 20-23.

Estão abertas até dia 16 de novembro de 2022 as submissões para a Revista ARA 13

Quote

Estão abertas até dia 16 de novembro de 2022 as submissões para a Revista ARA 13, cujo tema é: Tensão e Contensão, com texto de apresentação da Profa. Dra. Regina Lara Silveira Mello.

Baixe aqui o texto da  ChamadaARA13

Divulguem e participem.

 

As ruínas são o mais intenso da arte na medida em que
os múltiplos passados ​​a que se referem de forma incompleta aumentam seu enigma e exacerbam sua beleza. A originalidade do nosso mundo planetário passa por um deslocamento desse enigma, um deslocamento que alguns artistas contemporâneos perceberam.

Marc Augé, 2010 [2003]. p.99 (tradução nossa)

 

Recém saídos do momento extremo da pandemia que assolou o mundo, constatamos, entre ruínas, o que nos resta. Logo no início os que podiam permanecer isolados em suas casas, mas virtualmente conectados, discutiam benefícios improváveis como a diminuição da poluição pela ausência de carros nas ruas, circulavam imagens de paisagens outrora escondidas que ressurgiam limpas e se espalhava uma sensação de que o tempo estaria mais lento, sugerindo uma pausa para reflexão. Aos que estavam nas ruas, empurrados pela necessidade de optar entre morrer de fome ou de covid, o tempo corria bem acelerado na busca de alguma urgente proteção às necessidades básicas. A paisagem de uma grande metrópole como São Paulo, ficou repleta de pessoas em situação de extrema pobreza dormindo nas ruas, precariamente cobertos quando possível. O descompasso entre tempos e paisagens tão diversas revelaram tensões, esticaram ao máximo, ou não, as diferenças entre os homens.

A Revista ARA, em sua 13a. edição, nos convida a pensar as palavras tensão e contensão[1] nas mais diversas aparições. A percepção desse novo momento exige contenção, aponta para um grande esforço de visualização do que aparece e o que se esconde, entre o vazio que se vê como contorno e a forma, entre continente e conteúdo. Seria como se chegássemos em um mundo novo repleto de problemas antigos, observássemos o que restou e se transforma em tempo presente. O que permanece? O que será restaurado? O que será esmagado pelo esquecimento ou ficará no passado?

Conforme Marc Augé nos provoca, memória e esquecimento guardam a mesma relação com a vida e a morte; morrer faz parte da vida assim como o esquecimento é parte da memória (1998). E a morte foi assunto recorrente em tempos recentes, seja nas famílias ou no noticiário, deixou pegadas marcadas na alma das pessoas. A ideia de traços de memória para Augé remonta ao princípio da psicanálise em sua relação com o lembrar e esquecer, assim como Georges Didi-Huberman (2013) o fez, ao elaborar o conceito de sintoma, pensando a obra de Aby-Warburg. Foi, aliás, outra grande tragédia de repercussão mundial, o Holocausto, que fez Didi-Huberman refletir sobre as possíveis representações deste sofrimento, ao visitar o Museu de Auschwitz-Birkenau na Polônia, relatado no livro “Cascas“ (2017). Assim como neste ensaio poético que observa os limites da exposição destas ruínas transformadas em museu, filmes, músicas, pinturas e outras formas artísticas surgiram em função das lembranças que ainda hoje ecoam.

Em pleno século XXI, entre o excesso de informações da internet, verdadeiras ou falsas, como as famosas fake-news que muitas vezes não conseguimos conferir, vivemos numa sociedade do consumo exacerbado, do grito de muitas vozes simultâneas convivendo com o silêncio profundo dos que viram de perto as mazelas do mundo, como os soldados que voltavam quietos da guerra, pois a realidade se mostrara bem diferente do que a utopia da luta prometera, como aludiu Walter Benjamin (1994). Ainda há guerras, ainda há utopias sendo constituídas e alimentadas nos meios de comunicação; nos comovemos vendo em close nas câmaras pessoas feridas em cidades bombardeadas pela guerra na Ucrânia enquanto caminhamos em silêncio entre ruínas de nossas próprias cidades. Há um distanciamento do espaço, do território ocupado pelo mundo real e o percebido no virtual entre dispositivos, que aumenta a necessidade de imaginar para compor uma narrativa, completar o vazio entre fatos para contar a história. Segundo Augé “o que esquecemos não é a coisa em si, os acontecimentos simples e difíceis como aconteceram (a “diegese” na linguagem dos semioticistas), mas a memória”.

Quais serão as repercussões na arte contemporânea? Artistas descrevem processos de criação como uma alternância de tensões e desejos estéticos que estiram os limites expressivos com momentos de contensão, que concentram esforços. O flow, conceito desenvolvido por Mihaly Csikszentmihalyi (1998), descrito como um fluir de ideias correntes vivido pelo artista nos processos criativos, de intensa clareza mental combinada com intuição, incorporando repertórios e motivações em tempo não linear. As recordações, segundo Augé, são dispersas em traços aparentemente inofensivos que surgem de repente na mente de quem se abandona a devaneios ou se esforça por reconhecê-las, tanto ausências quanto presenças. O que se vê e pode ser tocado traz sempre a certeza do retorno, daquilo que um dia se voltaria a ver, pois existe materialmente no mundo real. E no mundo virtual, como assegurar o retorno às lembranças, se precisamos necessariamente de dispositivos específicos para acessar e recordar?

O tempo vem sendo acelerado de tal forma, sendo subdividido em minúsculas métricas e não é mais possível contá-lo mentalmente com o gesto das mãos, como nos aponta Paul Virilio (2008). Os dispositivos, porém, completamente incorporados ao nosso cotidiano, impõem constante atualização com softwares mudando de acordo com as grandes corporações que dominam a distribuição de informações. Há um risco eminente à preservação da obra de arte que utiliza meios digitais, tanto em museus quanto em coleções privadas, pois o patrimônio pode se esvair sucumbido em arquivos indecifráveis por não mais se abrirem. Uma discussão, não tão recente, tem permeado a preservação de obras que incorporam elementos gestuais e sonoros como performances e instalações interativas. Quando o artista ainda está presente entre nós, consultá-lo é uma alternativa à recriação da obra; mas restaurar com documentos de registro exige, certamente, um novo esforço de imaginação. Como preencher os vazios entre informações que reúnem tempos diversos, como decidir o que deve ser restituído ao estado original?

 Observar falésias pela corrosão que desenha espaços intrigantes, ouvir as pausas que estimulam a imaginação entre notas musicais, perceber o deslocamento possível é o convite que a Revista ARA estende aos inquietos, que desejem partilhar reflexões em artigos, resenhas de livros ou filmes, imagens deste tempo complexo em que vivemos. Venham.

Referências

AUGÉ, Marc. Las formas del olvido. Barcelona: Editorial Gedisa, 1998.

AUGÉ, Marc. El tempo em ruinas. Barcelona: Editorial Gedisa, 2003.

AUGÉ, Marc. Imaginar a humanidade: para uma antropologia dos fins. Cadernos de campo, São Paulo, n. 18, p 221-232, 2009.

BENJAMIN, Walter. “O Narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”. In Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994. Obras Escolhidas. v. 1.

CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly. Creatividad: El fluir y la psicologia del descubrimiento y la invención. Buenos Aires: Paidós, 1998.

CONTENÇÃO. In.: Michaelis moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: melhoramentos. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/contens%C3%A3o/ . Acesso em: 12 set. 2022.

CONTENSÃO. In.: Michaelis moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: melhoramentos. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/contens%C3%A3o/ . Acesso em: 12 set. 2022.

DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Cascas. São Paulo: Editora 34, 2017.

PAOLI, Stéphane (2008). Paul Virilio: Penser la vitesse. Documentário, 90 min. La Générale de Production ARTE France.  Disponível em: https://youtu.be/-zbdiFqbTnw. Acesso em: 12 set. 2022.

 

 

[1] CONTENÇÃO [etimologia – do latim contentio] encerra dois significados:  1. Ato de contender; contenda, litígio, questão. 2. Esforço demorado, grande aplicação.

CONTENSÃO [etimologia – voc comparativo de com+tensão] apresenta sutil diferença: 1. Estado de forte concentração mental; absorção, atenção, tensão. 2. Grande esforço ou aplicação intelectual.