1. Homenagem à VIDA, de Luís Recamán.
Na edição da ARA n° 17 publicaremos um caderno especial com depoimentos, ensaios e relatos de quem desejar homenagear aquele que foi editor desta revista nos últimos anos.
Para o encaminhamento destes textos, por favor identifiquem seus arquivos com o termo “Homenagem”.
Os textos devem ter até uma lauda (1440 toques) , com ou sem imagens.
Category Archives: Revista ARA
CHAMADA ABERTA ARA 17 Memória na encruzilhada: desmaterialização da experiência e hipertrofia da testemunha
A Revista ARA esé com chamada com o tema:
Memória na encruzilhada: desmaterialização da experiência e hipertrofia da testemunha
Envie sua colaboração até o dia 14 de outubro de 2024
Baixe a chamada completa escrita por Adrienne de Oliveira Firmo em ChamadaAra17.docx
Um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo que veio antes e depois.
(Walter Benjamin, 1994, p. 15)
As relações entre experiência, testemunho e memória são fundamentais para a compreensão de como processamos e transmitimos nossa história e identidade cultural. Essas relações são intrinsecamente dinâmicas e interdependentes. Pode-se afirmar que a experiência — nosso contato direto e pessoal com eventos ou fenômenos, sobre a qual se baseiam nossa aprendizagem e memória individual — molda o testemunho, que, por sua vez, é a narração de uma experiência, uma forma de compartilhar vivências, contribuindo para a formação da memória compartilhada.
A memória, por um lado, é a capacidade de codificar, armazenar, reter e recuperar informações; por outro, não é apenas um repositório do passado, aos moldes de um banco de dados, mas uma força ativa que influencia o presente e o futuro. É construída tanto pela experiência individual quanto pela validação coletiva, sendo constantemente reavaliada à luz de novos viveres e entendimentos. Assim, a memória se revela como dinâmica e mutável, refletindo a contínua interação entre o vivido e o narrado, entre o passado e as novas realidades emergentes.
Sobre a experiência, Walter Benjamin, em “Experiência e pobreza”, de 1933, já identificava e analisava sua diminuição na modernidade de capitalismo avançado, pela saturação de estímulos e prevalência da informação sobre o conhecimento e a sabedoria, causadas pelo “monstruoso desenvolvimento da técnica”.
Atualmente, dadas as transformações tecnológicas, sociais e culturais em curso, presenciamos notório processo de perda da materialidade da experiência, a desafiar paradigmas tradicionais do vivido e reconfigurar profundamente os modos de relacionamento com o mundo e aquilo que produzimos cultural e materialmente.
Aspecto proeminente de tais mudanças é a ascensão das culturas digital e virtual, a proporcionar vivências e interações que transcendem espaços físico-temporais e fomentam conexões entre indivíduos e grupos instantaneamente ao redor do globo, promovendo, por um lado, conhecimentos, informações e comunicações, por outro, suscitando questionamentos sobre a autenticidade e a profundidade daquilo que é experienciado.
Entrosamentos esses que permitem ao indivíduo o compartilhamento de suas experiências pessoais acerca dos mais variados temas e acontecimentos na forma de testemunhos legitimadores com um público amplo e múltiplo, que os valoriza como ferramenta para a construção de conexões interpessoais, criação de empatias, intercâmbio de dados e tomada de consciência. Giorgio Agamben, em O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha, de 1998, destaca a dimensão ética do testemunho, a transcender o relato pessoal, para o filósofo a relação entre testemunho e memória é crucial, pois o testemunho se relaciona com o esquecimento, o resto e as ruínas; a testemunha, por sua vez, fala por aqueles que não podem, assumindo a responsabilidade de dar voz ao silêncio e ao indizível, assim, se equilibra entre a potência de dizer algo e a impotência de expressar completamente a experiência,. Agamben sugere que o testemunho revela uma “indivisível intimidade” entre a capacidade e a incapacidade de falar, apontando para uma dimensão do dizer que transcende a verdade factual, neste sentido, por natureza, mais avizinhado da falta que do excesso.
No contemporâneo ambiente social, digitalmente mediado e saturado de informações e relatos, a amplificação, tanto do papel do testemunho como da satisfação pela experiência sem concretude, manifesta-se como desafio à constituição e à partilha de memórias autênticas e pertinentes, seja no meio digital ou em sua dilatação à esfera material da vida, uma vez que as narrativas individuais e os testemunhos pessoais podem ser facilmente perdidos, distorcidos ou forjados, a considerar, ainda, a multiplicidade e fecundidade de histórias particulares que competem por atenção e validação, dificultando a formação da compreensão comum do passado, a tecitura do presente e o engendramento do futuro, sobretudo, se ainda considerarmos que, estruturalmente, o meio digital e as relações nele firmadas são ajustados mediante condições de controle e direcionamento definidas a fim de sustentar interesses econômicos e políticos que extrapolam territórios e comunidades, a intervir mesmo nas interações interpessoais por meio de análises de dados e conjuntos de instruções, na maior parte das vezes, imperceptíveis por aqueles que estão em diálogo, mas preestabelecidos e a visar objetivos impertinentes a eles. De maneira que nos resta a tarefa de fazer da cultura na era digital espaço de contrapoder e não terreno para o florescimento de formas atualizadas de barbárie.
Com o propósito de investigar e debater publicamente tais características da contemporaneidade cultural e social, a Revista Ara, em seu número 17, propõe a discussão acerca da memória, do estatuto da experiência e aspectos de seu depoimento, em tempos carentes de tangibilidade e exacerbação de relatos.
Bibliografia citada
AGAMBEN, G. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha (Homo Sacer III). São Paulo: Boitempo Editorial, 2008.
BENJAMIN, W. “Experiência e pobreza”. In: Obras escolhidas, vol. I – Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 114-19.
________. Obras escolhidas, vol. I – Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994, p. 15.
ARA 16 YMÃ O presente é todo o passado e todo o futuro v. 16 n. 16 (2024):
ESTÁ DISPONÍVEL A EDIÇÃO ARA 16
O presente é todo o passado e todo o futuro
v. 16 n. 16 (2024):
ARA15 PYAU Memória e representação do passado recente
Está publicada a edição
ARA15 PYAU Memória e representação dov. 15 n. 15 (2023): passado recente
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Confira as imagens do Seminário GMP 2024
Seminário GMP FAU USP 12 de junho de 2024
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O evento inicia-se com uma reunião de trabalho dos pesquisadores do Grupo Museu e Patrimônio da USP, na parte da manhã com dinâmicas vinculadas às atividades do grupo, e promove uma mesa redonda, aberta ao público, com palestrantes convidados para discutir o tema proposto ” Memória na Encruzilhada: desmaterialização da experiência e hipertrofia da testemunha “.
Revista ARA PRORROGA a SUBMISSÃO PARA DIA 8 DE ABRIL DE 2024
A Equipe Editorial da Revista ARA 16 comunica que está
PRORROGADA A SUBMISSÃO PARA DIA 8 DE ABRIL DE 2024.
O Presente é todo o passado e todo o futuro
Este é o tema da edição ARA 16. Confira o texto de abertura elaborado pela Professora Teresa Almeida, docente da Faculdade de Belas Artes Universidade do Porto (FBAUP) e Vicarte – Unidade de investigação vidro e cerâmica para as artes da Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade Nova Lisboa, Portugal. Teresa também é editora e membro do conselho editorial da Revista FAU USP.
Chamada REVISTA ARA 16 FAU USP
Acesse o portal de Revistas da USP e faça sua submissão até o dia 8 DE ABRIL de 2024.
Aguardamos a sua contribuição.
CHAMADA ABERTA ARA 16
O Presente é todo o passado e todo o futuro
Este é o tema da edição ARA 16. Confira o texto de abertura elaborado pela Professora Teresa Almeida, docente da Faculdade de Belas Artes Universidade do Porto (FBAUP) e do Centro de investigação vidro e cerâmica para as artes – Vicarte da Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade Nova Lisboa (FCT/UNL), Portugal. Teresa também é editora e membra do conselho editorial da Revista ARA FAU USP.
Chamada REVISTA ARA 16 FAU USP
Acesse o portal de Revistas da USP e faça sua submissão até o dia 20 de FEVEREIRO de 2024.
Aguardamos a sua contribuição.
Equipe Revista ARA
Prorrogado Prazo de Submissão da edição ARA 15 para dia 13 de Agosto de 2023
Prorrogado o prazo de submissão para o dia 13 de Agosto de 2023 , para colaboração de artigos, resenhas e ensaios da REVISTA ARA 15, cujo tema é Memória e Representação do Passado Recente.
Confira o texto de abertura elaborado pela Professora Paula André do Instituto Universitário de Lisboa e o Professor Paulo Simões Rodrigues da Universidade de Évora, Portugal, editores e membros do conselho editorial da Revista FAU USP, no link abaixo:
Acesse o portal de Revistas da USP e faça sua submissão até o dia 13 de Agosto de 2023.
Aguardamos a sua contribuição.
Equipe Revista ARA
CHAMADA ABERTA REVISTA ARA 15
Está aberta chamada para colaboração de artigos, resenhas e ensaios da REVISTA ARA 15, cujo tema é Memória e Representação do Passado Recente.
Confira o texto de abertura elaborado pela Professora Paula André do Instituto Universitário de Lisboa e o Professor Paulo Simões Rodrigues da Universidade de Évora, Portugal, editores e membros do conselho editorial da Revista FAU USP, no link abaixo:
Acesse o portal de Revistas da USP e faça sua submissão até o dia 2 de Agosto de 2023.
Aguardamos a sua contribuição.
Equipe Revista ARA